jueves, 5 de julio de 2012

Derrota do Boca 'é merecida', afirma imprensa argentina | Costa Developers


BUENOS AIRES - A derrota do Boca Juniors nesta quarta-feira à noite em São Paulo para o Corinthians afetou quatro de cada dez pessoas que são torcedoras de futebol na Argentina. Segundo diversas pesquisas realizadas nos últimos anos, o Boca Juniors concentra 41% dos fanáticos de futebol do país.

Hoje de manhã, grande parte deste setor amargava a vitória do Corinthians. Mas, além disso, os boquenses - também denominados de "bosteros ou xeneizes" - precisavam suportar as ironias, sarcasmos ou gracejos com alusões sexuais disparados pelos torcedores do rival time do River Plate (que concentra 32% da torcida local).
Além dos riverplatenses, os torcedores de outros clubes tradicionalmente confrontados com o Boca Juniors, que ontem haviam cruzado os dedos e realizado as mais diversas "simpatias" na espera de um triunfo do Corinthians, hoje de manhã celebravam a derrota do inimigo futebolístico. Para estes torcedores anti-boquenses, o jogador Emerson - antes desconhecido do grande público argentino - transformou-se em um circunstancial ídolo estrangeiro.
"Desmoronado" - O tradicional e centenário jornal "La Nación" foi categórico com a performance do Boca em São Paulo: "Boca desmoronou no Brasil". Segundo o periódico portenho, o time do bairro de La Boca "não teve futebol nem reação". O "La Nación" sustentou que o Corinthians "esteve mais forte e veloz para estabelecer uma diferença". Além disso, os analistas esportivos do jornal indicam que o Boca caminhou "direto para a derrota" e que o Corinthians havia sido "uma rocha".
O "La Nación" também indicou que o Corinthians "é um time brasileiro atípico, já que não conta com grandes individualidades nem estrelas, mas contou com o toque desequilibrante de Emerson".
O jornal de maior tiragem da Argentina, o "Clarín", também foi taxativo sobre o resultado de 2 a 0 desta noite de quarta-feira: "perdeu porque merecia". O "Clarín" indica que o naufrágio do sonho do Boca de vencer a sétima Copa Libertadores marca também o fim de um ciclo, já que Riquelme - que estava no time desde 1996 - deixará o clube.
Sem Copa e nem Riquelme - Os boquenses tiveram motivos de sobra para a amargura nesta quinta-feira, já que acordaram com a confirmação da notícia de que uma das estrelas do time, Juan Román Riquelme, havia renunciado à carreira.
"Me sinto vazio, não continuarei", desabafou Riquelme após o embate em São Paulo. "Cheguei ao máximo. Eu pensei que não jogaria nunca mais uma final da Copa Libertadores", disse com os olhos embaçados. Depois, arrematou: "sou 'bostero' (designação dos torcedores do Boca) e morrerei 'bostero'. Esta é uma decisão minha".
A mídia, que nas primeiras horas havia dando grande espaço à vitória do Corinthians, no fim da manhã desta quinta-feira dedicava-se à polêmica da renúncia de Riquelme e a má relação que o jogador tinha com o presidente do Boca Juniors, o empresário Daniel Angelici. Visivelmente irritado, Angelici - que tinha uma tensa relação com o jogador - disse que estava "com dor" pela saída de Riquelme "e por não ter ganho a copa".
"Ele sempre disse que queria se aposentar com a camiseta do Boca", comentou Angelici, levantando a sobrancelha direita em sinal de ironia.


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